Primeiro gol de goleiro da história do São Paulo não foi marcado por Rogério Ceni
Na década de 1990, enquanto Rogério Ceni iniciava sua trajetória rumo à idolatria no São Paulo, outro goleiro também fazia história sem nem perceber. Este é o relato de Moscatto, que, antes mesmo de Rogério ser conhecido por seus gols, já havia deixado sua marca em um torneio amistoso. Moscatto, até 2011, não tinha noção do feito que havia realizado em 1995. A história veio à tona quando repórteres o procuraram após o centésimo gol de Rogério Ceni.
Moscatto foi titular em uma partida inesperada durante o torneio Rei Dadá, realizado em Uberlândia. Era uma competição especial que homenageava o ex-jogador Dadá Maravilha e contava com a participação de equipes como São Paulo, Uberlândia, Atlético-MG e Ferroviária. A equipe de São Paulo foi representada por jogadores reservas, enquanto a equipe principal disputava as finais do Campeonato Paulista.
O Gol Histórico de Moscatto
O jogo contra o Uberlândia colocou Moscatto sob os holofotes de forma inesperada. Em uma reviravolta do regulamento do torneio, houve uma exigência bizarra: os goleiros precisavam bater os pênaltis. Durante a partida, um pênalti foi marcado a favor do São Paulo e, de repente, Moscatto se viu responsável por bati-lo. Sem experiência como batedor, ele entrou em campo com apenas um pensamento: “Vou bater, fazer o quê?”
Embora não haja registros visuais do pênalti, Moscatto descreveu em 2012 à TV Tem que usou uma abordagem simples: um chute rasteiro no canto direito. A escolha foi acertada, e ele marcou o gol que garantiu a vitória contra o Uberlândia. A partir daí, o São Paulo seguiu para vencer a Ferroviária e conquistar o título do torneio Rei Dadá. Durante anos, esse momento ficou esquecido, mas Moscatto lembra com carinho de sua pequena contribuição para a história do clube.
A Trajetória de Moscatto Após o São Paulo
Apesar do breve brilho, a carreira de Moscatto foi curta. Em 1996, ele deixou o São Paulo para jogar no XV de Piracicaba, mas logo abandonou o futebol. Avida ficou mais tranquila em Jaú, onde se tornou sócio de uma loja de móveis. Ele reflete sobre sua decisão de deixar o futebol, afirmando que as dificuldades para se manter em forma e a falta de boas propostas influenciaram seu rumo. “Vou cuidar da vida que ganho mais”, decidiu ele.
A amizade com Rogério Ceni permaneceu ao longo dos anos, com encontros esporádicos no Morumbi e no CT do São Paulo. Moscatto não descartou uma possível revanche no tênis com Rogério, uma brincadeira que guarda boas memórias da época em que treinavam juntos.
Esse episódio ilustra as curiosas reviravoltas do futebol, onde até mesmo jogadores menos conhecidos podem ter seus momentos de glória. O gol de Moscatto, apesar de pouco lembrado, é um testemunho de sua breve, mas marcante, carreira no São Paulo.